17.5.09

Simplicidade complicada

Incrível como para ela tudo era tão simples.
Simples sentir.
Como respirar o ar para viver.
Como colocar o fone e ouvir a música.
Como andar só para dizer que não tinha rumo.
Como arriscar quando não queria riscos.
Como escrever quando mergulhava em idéias.
Como sonhar uma realidade.
Como realizar o que era sonho.
Como alcançar o inalcançável.
Como gostar do que a irritava.
Como adorar a chatice quando tinha tantos "legal" por aí.

Tantos comos.
Tantos simples.

Mas não.

Ela queria o complicado.
A culpa não era dela, mas do outro.
Não, era dela também.
Ela podia largar de mão.
Ser simples. Sempre foi.

Gostar do complicado, quem diria. Ela riu.

Para ele, parecia ser simples ser complicado.
Como ele queria aproveitar tudo. Mas só do seu jeito.
Como ele gostava da companhia dela. Mas preferia estar sozinho.
Como ele gostava de estar com ela. Mas não fazia esforço suficiente para isso.
Como ele admitia ser sincero em tudo. Mas o orgulho não o deixava ser sincero consigo mesmo.
Como ele sentia a falta dela. Mas não tinha coragem de voltar atrás.
Como ele mostrava aproveitar a vida. Mas se sentia, no fundo, incompleto.

Ele gostava do simples. Mas complicava.
Ela gostava do complicado. Mas simplificava.

Simplificar ou complicar?
Afinal, quem deve uma decisão tomar?

Ambos devem é se completar.