17.12.07

Mistério no cenário
Música alegre.
O filme começa. Rotina apresentada. Mesmice transparente. Mocinha boa aspira por algo diferente. Novo. O conformismo é aceito. Nada irá mudar. É quando o herói surge. E vira, aos poucos, a vida dela de cabeça para baixo. A mesmice se transforma em surpresa a cada dia.
Música romântica.
Os dois se conhecem. Mesmo com o pouco conhecimento, se apaixonam. Ela, um pouco mais tarde. Mas, como todo filme, a complicação surge. Mesmo que tardia. A imaturidade transforma o herói num príncipe não muito perfeito. Afinal, defeitos existem e iriam transparecer em algum momento. Apesar de tudo, ela é paciente. Como toda mocinha boa. Talvez, boazinha até demais. O clímax surge e pede para que tudo seja resolvido. Mas para quê a pressa? Ela já sofreu demais. Está na hora de relaxar e pensar com o coração calmo. O filme é dela. Se vai ter três horas e meia de duração ou mais, não importa. Final feliz e rápido é muito clássico. A moda hoje é a pergunta deixada: será? Ela lhe dará a chance de se redimir? De ganhar sua confiança novamente? De ser, nem que seja, seu amigo? Ela seguirá sua vida, deixando as coisas acontecerem como deve?
O mundo dá voltas. As cenas correm. O filme segue seu curso.
Ele já pode ser passado. Outro pode ser futuro. Ou ele mesmo pode ser o futuro de novo. Da vida, pode se esperar muitas coisas.
Mas ela vive o presente. Somente o presente. E é este que importa agora.
É. Será?
Música de suspense plena.

11.11.07

Pôr-do-sol
Luz que reflete. Se propaga. Ocupa os espaços vazios do tempo. As rachaduras do coração partido. O vazio presente no pensamento. Apaga as lembranças que querem ser apagadas, esquecidas.
Luz do horizonte. Que aquece o coração petrificado pela dor. Que colhe as palavras largadas pelo vento. Que elimina as que não fazem sentido. Que torna permanente as que foram sinceras, verdadeiras, maduras.
Luz colorida que cura. Retoma os sonhos que parecem não fazer mais sentido. Reacende a chama apagada pela decepção. Reaviva a luz interior, própria.
Luz que reflete, do horizonte, colorida que cura. Desaparece aos poucos. Apaga. Mas volta no dia seguinte. Fortalecendo aquela luz. A luz da força de quem enfrenta. De quem quer. De quem vive. E de quem, apesar de tudo induzi-lo ao contrário, permanece o mesmo. Único. Iluminado por si mesmo.

4.11.07

Nada mais
Olhava para a janela naquele dia chuvoso. Dias como aquele lhe lembravam o passado. Passado? Qual passado? Ah, o passado. E nada mais.
Tinha conversado com uma amiga a respeito. Como o passado lhe traz lembranças. Não só lembranças, mas a certeza de que as incertezas existem.
Era uma pessoa sem arrependimentos. Tudo bem que preferia esquecer certas coisas e certos alguéns. Principalmente, um certo alguém.
Mas isso já estava acontecendo. Afinal, ele tinha feito por isso. E continuava fazendo. Isso só a deixava mais certa de suas decisões e de como seu modo de encarar a vida também tinha mudado. Para melhor, claro. Sempre para melhor. Sempre fora seu lema. E sempre deu certo.
Falou com a amiga também sobre outros acontecimentos do passado que envolviam uma certa alguém. E disse que se surpreendia ainda consigo mesma por querer coisas boas para essa pessoa. Mas novamente a certeza prevalece e mostra como seu coração não tinha rancor e era uma pessoa sincera, de sentimentos puros como as gotas da chuva que caiam no chão lá fora. Afinal, desentendimentos acontecem, mas não duram a vida inteira.
Como seus amigos mais preciosos continuavam a seu lado. Como alguns não quiseram (não por falta de tentativa para que ficassem). Como alguns não perceberam que o que queria era apenas poder dispor a eles o melhor de si. Como alguns perceberam que o melhor dela não era necessário, mas que o mínimo já era o suficiente. Como perceberam que a amizade sincera e verdadeira é uma das coisas que ela mais preza nesse mundo.
Comentou também com a amiga que sentia-se mais forte. Não só a vida lhe ensinara isso, como aprendeu sozinha a enxergar melhor as coisas (mesmo que só agora), e que tinha orgulho de si mesma por ver as coisas como realmente são (mesmo que isso lhe tenha doído um pouco, mas a dor, às vezes, é necessária, mesmo que não merecida.).
Sabe que o mundo dá voltas e que não precisa se preocupar. E isso lhe deixa tranquila.
Observou, novamente, a chuva e lembrou do passado. O passado, claro, lhe traz lembranças. Algumas boas (algumas antes boas tb, hoje nem tanto), algumas não muito. A vida é assim. É isso que lhe faz sempre crescer. Perceber que se erra. Que se acerta, mesmo que o outro erre. Que mesmo acertando, não se pode ter tudo o que quer. Não necessariamente é valorizado. Mas se tem a mente tranquila. De que tudo foi feito. De que a culpa não é sua. De que pode seguir em frente, não importa o empecilho. Sentimental ou não. Obstáculos sempre vão existir. Os fortes preferem enfrentá-los.
E era isso o que era. Era, não. É forte. E, por isso, se orgulha.
Agradeceu a chuva por estar caindo naquele momento. Por lembrá-la do passado que a deixa ficar cada vez mais forte. Por lembrar também que um banho de chuva sempre foi ótimo.
Abriu a porta em direção às gotas que caíam. E pensou em tudo aquilo. Ao mesmo tempo, em nada.
Nada mais.


4.5.07

Constante eterna
Gostos iguais. Gostos diferentes. É a água. É o vinho. É o fermento do pão. A chuva na seca. É o que se completa. É confiança. É amor sincero. Amor simples. Diferente. É lealdade. É saudade constante. Sentir falta. Opinião. Ajuda. Conselho. Gesto. É conversar. Poder se abrir. Não se preocupar. Ou se preocupar. É sinceridade. Cumplicidade. Honestidade. Carinho simples. Espontâneo. Abraço confortante. Abraço de encontro. É apoio. Abrir os olhos. Incentivo. Ombro amigo. É lealdade (de novo). É graça. Risos. Gargalhadas. É um olhar. E mais nada. É a verdade. Sendo verdadeira,fica. É amor sincero. De novo. Honestidade. De novo. É sinceridade. De novo. É lealdade. É, de novo. (Frisar é preciso). É a amizade. Presente. Simplesmente. Sempre. E, de nada, novo. (Porque nem sempre frisar é preciso).

21.1.07

Maybe não é ela

"Tava esperando um telefonema teu.
Tava imaginando uma voz no ouvido.
Tava imaginando teu olhar mirando o meu."
Mas talvez não seja uma Voz no ouvido.
Nem o Pedro Mariano.

"Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr."
Mas talvez também não seja o caso de Epitáfio.
Extremo demais.Dramático demais.
Por mais que tenha um fundo de verdade.
Nem o Titãs.

"Fearless people
Careless needle"
Talvez seja por aí que ela vê um pouco um mundo.
Mas talvez não seja o caso de Prayer for the dyin.
Nem o Seal.

"Ela deixou
Para trás a vida que foi
Por um rockstar
Baby,you know"
Ela mudou mesmo. Só queria uma oportunidade.
Mas talvez não seja uma Rockstar baby mesmo.
Nem o Cabaret por inteiro.

"Between who you are and who you could be
Between how it is and how it should be"
Mas talvez não devesse pensar nisso.
Ela mudou,sim.
Já foi o caso de Dare you to move.
E Switchfoot.
Mas não mais.

Pára com a troca de cds.

Talvez não seja ela mesmo.
Está mais do que na hora de parar de olhar e culpar a si mesma.
Há tantas pessoas no mundo.
Elas erram também. Por mais que não admitam.
Amigos vão e vêm. Os verdadeiros ficam.
Amores surgem. Os que são valorizados podem ressurgir.
Talvez? Talvez?
Queria uma certeza.

Então,talvez,não seja mesmo ela.

Não é só ela. (?)

Maybe não é ela.