6.6.10

Baladas, ritmos, canções

No ritmo do meu passo, acompanha quem tiver vontade de uma boa trilha.
Na batida do meu tempo, trilha quem souber as cordas que fazem o ritmo certo.
Na trilha dos meus acontecimentos, se mantém fiel quem sabe o estilo da música.
Na balada do meu caminho, fica parado quem não pega o ponto e a hora certa de ir.
Nas letras da minha vida, as melhores canções são feitas com todas as notas.
Amigos.
Família.
Vida.

27.9.09

Keep goin'

Ela escuta a música ao fundo.
Olha para a janela e o tempo parece querer continuar bom.
Sente a tranquilidade da balada e a inquietude do tempo que passa tão devagar.
Tenta não pensar em como não queria estar sozinha em segundo algum.
Pensa em como uma única e seleta companhia lhe é suficiente.
Mais do que suficiente.
Simplesmente lhe basta.
E olha que bastar é um verbo forte. Preciso. Certeiro.
Ela ri.
Já teve problemas antes com certezas.
As certezas, às vezes, não são tão certeiras assim.
Podem ser certezas idealizadas. Iludidas. Fabricadas.
Mas aquela certeza não.
Aquela era certamente certeira. Confiante. Verdadeira.
A balada da música ganha ritmo assim como seu coração dispara.
Ela suspira.
Sozinha?
Não.
Ela tem a certeza.
Falta.
Ela sente falta.
A falta do dia.
Da hora.
Do minuto.
Do segundo.
Da companhia.
Do culpado da certeza.


7.9.09

Tempo curto

Viva.
Viva o ar que respira.
Viva a respiração alheia.
Viva o alheio suspiro.
Viva o suspiro tranquilo.
Viva o tranquilo silêncio.
Viva o silêncio das bocas inquietas.
Viva.

Viva o cantar sem voz.
Viva a voz da melodia.
Viva a melodia que move a trilha.
Viva a trilha que guia a vida.
Viva.

Viva a inquietude de um amor descompensado.
Viva o amor de um coração desamparado.
Viva o desamparo do pouco tempo.
Viva o tempo apreciado a cada segundo.
Viva cada segundo de desespero.
Viva o desespero de aproveitar tudo.
Viva o tudo.
Viva a vida.
Viva.


Viva.


Viva.


Viva a vida que não vive sem viver.

23.6.09

Susto de si

Ela via a vida de maneira simples.
Se você quer algo, você tenta.
Se você tenta, pode conseguir.
Se não conseguir, um bom motivo para persistir ou ver um sinal de que não é para ser.
Simples.

Quer conversar, ligue.
Quer caminhar, ande.
Quer ficar em forma, malhe.
Quer se sentir bem, sinta.
Quer beber, chame os amigos.
Quer rir, converse.
Quer ter amigos, compartilhe.
Quer cantar, cante como se fosse a sua trilha.
Que ir embora, vá.
Quer ficar, fique.
Quer voltar, volte. Mas com a certeza de não ir mais.
Quer ser, seja, não finja.
Quer tirar o peso, chore.
Quer ser forte, guarde.
Quer guardar, saiba explodir depois.
Quer ser orgulhoso, não olhe para o lado. Desperdice.
Quer olhar para o lado, não sinta culpa.
Quer pedir desculpa, se arrependa.
Quer se arrepender, se redima.
Quer dividir, divida. Mas não com qualquer um.
Quer escolher, faça "a" escolha.
Quer gostar, goste, não sinta vergonha.
Quer esconder, esconda, mas não de si mesmo.
Quer enganar, engane, mas só a si próprio.
Quer amar, ame, mas ame de verdade.

Quer viver, viva.
Viva.
Converse, caminhe, fique em forma, se sinta bem, beba, ria, tenha amigos, cante, vá embora, fique, volte, seja, tire o peso, seja forte, guarde, orgulhe, olhe para o lado, se desculpe, se arrependa, divida, escolha, goste, esconda, engane, ame.
Viva.

Simplesmente viva.
E ela sorri.
Seu coração bate.
Uma vez.
Duas.
Ela voltou.

17.5.09

Simplicidade complicada

Incrível como para ela tudo era tão simples.
Simples sentir.
Como respirar o ar para viver.
Como colocar o fone e ouvir a música.
Como andar só para dizer que não tinha rumo.
Como arriscar quando não queria riscos.
Como escrever quando mergulhava em idéias.
Como sonhar uma realidade.
Como realizar o que era sonho.
Como alcançar o inalcançável.
Como gostar do que a irritava.
Como adorar a chatice quando tinha tantos "legal" por aí.

Tantos comos.
Tantos simples.

Mas não.

Ela queria o complicado.
A culpa não era dela, mas do outro.
Não, era dela também.
Ela podia largar de mão.
Ser simples. Sempre foi.

Gostar do complicado, quem diria. Ela riu.

Para ele, parecia ser simples ser complicado.
Como ele queria aproveitar tudo. Mas só do seu jeito.
Como ele gostava da companhia dela. Mas preferia estar sozinho.
Como ele gostava de estar com ela. Mas não fazia esforço suficiente para isso.
Como ele admitia ser sincero em tudo. Mas o orgulho não o deixava ser sincero consigo mesmo.
Como ele sentia a falta dela. Mas não tinha coragem de voltar atrás.
Como ele mostrava aproveitar a vida. Mas se sentia, no fundo, incompleto.

Ele gostava do simples. Mas complicava.
Ela gostava do complicado. Mas simplificava.

Simplificar ou complicar?
Afinal, quem deve uma decisão tomar?

Ambos devem é se completar.

14.1.09

Mistura musical

Como uma balada pop, ele chegou.
Como um bom samba, ele entrou de fininho e conduziu.
Como um bom forró, ele abraçou e ficou junto.
Como um metal, ele a confunde com seus altos e baixos.
Como um reggae, ele a acalma e ela sente falta disso quando acha que não deveria.
Como um bom pagode, ela se acha sentimental demais às vezes. E ele, por mais que não admita, em outras.
Como um punk rock, ele se faz de rebelde, quer a liberdade.
Mas, como uma boa música, seja ela qual for, eles não percebem que a liberdade são eles que ditam.
A nota que toca é a guiada pelos momentos.
Nada se prevê. Nada se diz como o certo.
Resta a eles apenas dividir o fone e dançar a mesma música.

26.10.08

Carona para a vida

Eu gostaria de contagiar os outros com alegria quando estou feliz
Eu gostaria de gritar socorro quando estou triste
Eu gostaria de ser menos orgulhosa quando sei que devo ser menos teimosa
Eu gostaria de saber como fugir de mim mesma em algumas horas ruins
Eu gostaria de saber para onde ir quando quisesse ir para lugar algum
Eu gostaria de parar de pensar em coisas que me fazem mal
Eu gostaria de parar de me culpar por coisas das quais não tenho culpa
Eu gostaria de andar por aí por simplesmente andar
Eu gostaria de contar o tempo sem que ele corresse atrás de mim
Eu gostaria que algumas horas fossem mais longas e outras bem mais curtas
Eu gostaria de poder viver de criar para sempre
Eu gostaria de brincar de criar de viver
Eu gostaria que as pessoas fossem mais decididas e que essas decisões fossem boas para nós
Eu gostaria que você ficasse para sempre sem pensar no amanhã
Eu gostaria de aprender a surfar de fato e não enrolar
Eu gostaria de aprender a voltar a andar de skate e lembrar da moleca que ainda há
Eu gostaria de pular de pára-quedas, mesmo tendo medo de altura
Eu gostaria de cantar mais, tocar mais, compor mais
Eu gostaria de escrever textos em que você saiba que o protagonista é você
Eu gostaria de ensinar o quanto tudo pode ser mais simples
Eu gostaria de aprender tudo o que você pode me ensinar
Eu gostaria de sentir menos, pressentir menos, não me deixar encantar
Eu gostaria de ter um lado seu só meu e um meu só seu
Eu gostaria de um abraço forte de conforto, não de revelações
Eu gostaria de ter o pôr-do-sol num vidrinho para me animar quando precisasse
Eu gostaria de dizer "que sea diferente de alguna manera" se você perguntasse
Eu gostaria de tantas coisas.
Mas, acima de tudo, uma única.
Que nelas você me acompanhasse.