31.10.06

Imã surpresa

E ele olhava para mim. Insistia em olhar para mim. Podia observar a paisagem pela janela, sair para pegar um ar, apreciar a música que tocava ao fundo,mas não.

Parecia que o mundo havia simplesmente parado de girar. Segundos que pareciam minutos. Minutos que pareciam horas. Horas que pareciam séculos. Séculos que aparentavam uma vida inteira, sem pressa.

E seus olhos pareciam insistir em me percorrer. Procuravam incessantemente os meus. Estes, por mais que quisessem fugir, que estivessem habituados a tal, sentiam-se atraídos como imãs. Mas por que agiam de tal modo?

Olhar direto nos olhos nunca foi um hobby para mim. Sempre foi algo que me intrigava. Para mim, os olhos eram as portas (e não,janelas) da alma, dos sentimentos guardados, trancafiados a sete chaves, dos segredos mais profundos e inconscientes. Não devem ser lançados com frequência, diretamente. É estar apto a se desarmar, a dar o braço a torcer.

E era o que aqueles olhos faziam comigo. A atração era inevitável. Pareciam combater e derrotar aos poucos a minha aparente muralha sentimental.

Aparente. Droga. Aparente.

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